Estresse e exaustão marcam o dia a dia de gestores escolares, aponta pesquisa

Pesquisa ouviu gestores da educação básica e do ensino superior e mostra quedas e avanços em políticas de saúde mental, inclusão e tecnologia

Ansiedade, depressão e estresse rondam a vida de gestores escolares. O Indicador GEduc, realizado com 123 lideranças escolares da educação básica e do ensino superior, mostrou que 90% dos entrevistados afirmaram ter que lidar com situações desse tipo. O levantamento foi divulgado durante o GEduc, Congresso de Gestão Educacional do Brasil.

Seja entre alunos, professores ou equipe, os respondentes afirmaram que casos assim têm sido comuns. O indicador mostrou que em 2024 menos da metade das instituições de educação básica não possuíam políticas estruturadas para a melhoria da saúde mental. No caso das instituições de ensino superior, apenas dois terços delas possuíam ações nesse sentido. 

A preparação dos docentes para lidar com a questão também apareceu na pesquisa. Segundo os entrevistados, 60% dos que atuam na educação básica avaliam que os educadores dessa etapa não têm capacitação suficiente para promover ações ou atuar com essa temática. 

Inclusão e antirracismo 

O indicador também observou como estão as ações de educação antirracista e de inclusão nas escolas. Na educação básica, 85% das pessoas ouvidas pela pesquisa afirmaram que suas instituições realizam práticas de educação especial e inclusiva. O levantamento mostrou que houve um aumento de 0,9% em relação a 2024. 

Contudo, o ensino superior mostra queda. Houve uma diminuição de 24,7 pontos percentuais em relação à estrutura voltada para educação especial e inclusiva. Em 2024, 59,6% das instituições relataram ter esse tipo de estrutura. Esse número caiu para 34,9% em 2025.

Tecnologias educacionais 

A inserção de tecnologias digitais no ambiente escolar não é recente. Muitas escolas fazem esforços para aproximar os estudantes de um uso mais apropriado das tecnologias, de forma que possam desenvolver habilidades importantes para o século 21 tais como pensamento crítico e resolução de problemas. 

Contudo, o indicador mostrou que há dificuldades nesse campo. Para 60% dos entrevistados, seus professores da educação básica não estão preparados para aplicar novidades tecnológicas nas aulas. No ensino superior o índice é menor: 33,3%.