Cenário de transformação social eleva importância das artes liberais, que devem ser remodeladas com foco na aprendizagem aplicada, estágios e treinamento para empregos do futuro
As faculdades enfrentam um futuro incerto e precisam ser mais relevantes e mais conectadas ao mundo do trabalho para prosperar. As liberal arts, ou artes liberais, que evoluíram ao longo da história para atender às necessidades da sociedade e do estado do conhecimento, foram criadas para a era industrial. Elas estão bastante ultrapassadas e precisam ser repensadas para preparar os alunos para a economia global, digital e do conhecimento em que viverão suas vidas.
A educação profissional prepara as pessoas para o próximo emprego. Mas a educação em artes liberais foi projetada para fazer mais do que isso — para “preparar” os alunos para o futuro. Ao ajudar os alunos a aprender a resolver problemas e a pensar criticamente, as artes liberais preparam os alunos não para o próximo emprego, mas para empregos que não existem. E com o mundo em alta velocidade de transformação, com novas tecnologias substituindo muitos empregos e empregadores exigindo comprovação de habilidades, as artes liberais precisam se preparar para o futuro.
As artes liberais são mais bem-sucedidas quando têm um pé na biblioteca (o conhecimento acumulado da humanidade) e um pé na rua (o mundo real do mercado, da política e da interação social), parafraseando a reformadora social Jane Addams.
Vivemos tempos de mudanças rápidas. Vivemos simultaneamente mudanças demográficas, econômicas, tecnológicas e globais, e faculdades e universidades não podem se dar ao luxo de perder o impulso com as ruas.
O historiador Henry Adams estudou em Harvard em meados do século 19 e lamentou ter recebido uma educação típica do século 18 em Cambridge — e viveria sua vida em um mundo que mergulhava no século 20. Nossas faculdades e as artes liberais enfrentam um desafio semelhante.
Mas esses desafios não são intransponíveis. Faculdades e universidades podem retomar sua conexão com a rua tomando algumas medidas importantes:
Temos a capacidade de evitar o destino de Henry Adams. Mas precisamos agir agora, não rejeitando as artes liberais, mas abraçando-as e remodelando-as. Precisamos delas neste momento de mudanças drásticas e transformação social mais do que nunca.
Ao reconectar a biblioteca com a rua, podemos tornar todos os alunos — e nossos programas de aprendizagem — preparados para o futuro.
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