A internet não é composta apenas por vídeos fofos, materiais virais ou receitas de doces inusitados. Neste espaço, também circulam debates sobre temas importantes, como sustentabilidade, questões de gênero, raça, equidade e diversidade. Assuntos que os alunos encontram em vídeos no TikTok ou Instagram podem ser inseridos nas aulas de maneira aprofundada e estruturada, com o objetivo de desenvolver o pensamento crítico e analítico de toda a turma.
Compreender a importância de refletir sobre inclusão, direitos das mulheres, meio ambiente e equidade faz parte da construção de uma identidade cidadã e democrática. Pensando nisso, o Porvir e a Fundação Fernando Henrique Cardoso desenvolveram roteiros pedagógicos para ajudar os professores a incluir esses temas em projetos de sala de aula de forma eficaz, abordando a democracia com alunos do ensino médio.
A seguir, detalhamos sete roteiros pedagógicos lançados recentemente e mostramos como podem ser utilizados em sala de aula. Baixe gratuitamente cada um deles aqui.
O roteiro pedagógico “Caminhos Sustentáveis: Ações Locais, Impactos Globais”, propõe-se propõe a trabalhar questões ambientais e climáticas com estudantes do ensino médio, utilizando a metodologia da Aprendizagem Baseada em Projetos. O objetivo principal é envolver os alunos em debates sobre as mudanças climáticas, o papel das conferências globais como a COP (Conferência do Clima da ONU), e ações locais que podem impactar globalmente. O texto estimula a reflexão crítica sobre o papel do Brasil nas negociações climáticas, promovendo a formação de cidadãos conscientes e engajados.
O conteúdo está dividido em seis etapas: investigação, definição do problema, ideação, planejamento, execução e socialização. Na primeira etapa, os alunos investigam a história das conferências climáticas da ONU, como a COP, e os compromissos assumidos pelos países para combater a crise climática. Nessa fase, os estudantes são convidados a participar de uma simulação da COP, onde representam diferentes países, debatem temas como desmatamento e justiça climática, e buscam alcançar soluções coletivas. A etapa de investigação é seguida pela definição de um problema local, com os alunos propondo soluções sustentáveis para implementar dentro da escola, como campanhas de conscientização e a gestão sustentável de recursos.
Ao final, os estudantes compartilham os resultados de seus projetos com a comunidade escolar, utilizando diversas formas de socialização, como apresentações e exposições. O material também incentiva o uso de portfólios para documentar o progresso dos estudantes, promovendo uma reflexão contínua sobre o aprendizado e o impacto das soluções propostas.
Este roteiro visa trabalhar temas relacionados à saúde pública no Brasil, com foco no SUS (Sistema Único de Saúde). Utilizando a metodologia da Aprendizagem Baseada em Projetos, o objetivo do material é envolver os estudantes na construção de soluções para os desafios enfrentados pela saúde pública, estimulando o pensamento crítico, a criatividade e a colaboração.
Também dividido em seis etapas, o conteúdo vai desde a investigação até a socialização dos resultados, permitindo aos alunos aplicar seu aprendizado de forma prática.
A primeira fase do projeto envolve a sensibilização dos estudantes, utilizando storytelling (ténica de narrativa) para conectar emocionalmente os alunos ao tema. A partir daí, a turma investiga o funcionamento do SUS, seus desafios e as demandas da população, realizando entrevistas e pesquisas sobre a evolução das políticas de saúde no Brasil. Após a identificação dos problemas, os estudantes formulam questões norteadoras para guiar o projeto, gerando soluções inovadoras e viáveis para enfrentar as questões de saúde pública. O roteiro também apresenta sugestões de atividades como a criação de capas de jornal e o desenvolvimento de materiais educativos, além de promover o controle social através da participação ativa nos Conselhos de Saúde.
A última etapa do projeto envolve a socialização dos resultados, onde os alunos compartilham suas soluções com a comunidade escolar, por meio de exposições, painéis ou outros formatos criativos. Assim como no roteiro anterior, a avaliação aqui também pode ser feita por meio de rubricas e retornos construtivos ao longo de cada etapa. A elaboração de um portfólio que documente a evolução da turma também pode servir de estímulo aos estudantes.
Este roteiro foca na promoção da igualdade de gênero e também utiliza a Aprendizagem Baseada em Projetos para oferecer uma abordagem dinâmica que sensibilize os estudantes sobre os direitos das mulheres, suas conquistas históricas e os desafios atuais. O material busca, assim, desenvolver habilidades essenciais como pensamento crítico, criatividade e trabalho em equipe, ao mesmo tempo que incentiva os alunos a propor soluções inovadoras para promover a equidade de gênero.
O documento também propõe atividades em seis etapas. A primeira delas explora temas relevantes sobre as políticas públicas e a história das lutas feministas. A partir dessa base, os estudantes são incentivados a escolher um desafio específico, como a violência de gênero ou a desigualdade salarial, para aprofundar a pesquisa e desenvolver propostas de intervenção. O trabalho é organizado de maneira colaborativa, permitindo que os alunos desenvolvam um plano estratégico para resolver o problema escolhido, criando soluções concretas e viáveis.
A avaliação do projeto é realizada por meio de rubricas, que permitem um acompanhamento contínuo do desenvolvimento dos estudantes, considerando aspectos como criatividade, comunicação e colaboração. Além disso, o roteiro pedagógico sugere o uso de um jogo de cartas para reforçar o aprendizado sobre as conquistas e os desafios enfrentados pelas mulheres ao longo da história, criando um ambiente de reflexão e engajamento ativo.
O roteiro visa promover a cidadania, engajando os estudantes em atividades que incentivem a compreensão dos direitos da comunidade LGBTQIAPN+ e a criação de soluções práticas para enfrentar os desafios dessa população, como o preconceito, a violência e a desigualdade no acesso a direitos.
As seis etapas propostas por esse roteiro são: investigação, definição do problema, ideação, planejamento, execução e socialização. Na fase de investigação, os alunos são incentivados a pesquisar sobre as siglas LGBTQIAPN+, as questões históricas e sociais que afetam essa comunidade e os direitos conquistados ao longo do tempo. A partir disso, eles identificam desafios específicos e criam soluções criativas, como campanhas de conscientização, políticas públicas inclusivas e propostas para um ambiente mais seguro e igualitário. O momento prático envolve a implementação dessas soluções, enquanto a socialização permite a apresentação dos resultados à comunidade escolar.
O material inclui atividades práticas, como a “Linha da Inclusão”, que visa simular a desigualdade no acesso a direitos, e a “Trilha de Direitos LGBTQIAPN+”, um jogo que explora a evolução dos direitos da comunidade ao longo do tempo.
O objetivo deste roteiro pedagógico é sensibilizar os alunos para as desigualdades raciais, ajudando-os a identificar manifestações de racismo e promover a equidade racial na escola e na comunidade. As atividades, estruturadas em seis etapas, também faz uso da Aprendizagem Baseada em Projetos, e incluem: investigação, definição do problema, ideação, planejamento, execução e socialização.
Na fase de investigação, os alunos analisam o racismo em diferentes contextos, como o racismo estrutural, digital e institucional, e a partir disso, escolhem um problema específico a ser resolvido. Eles desenvolvem soluções práticas, como campanhas de conscientização, intervenções sociais e ações de promoção da igualdade racial. A socialização dos resultados permite que os alunos compartilhem suas propostas com a comunidade escolar, promovendo um impacto real nas atitudes e práticas locais.
Além de promover a conscientização sobre o racismo, o material incentiva os estudantes a investigar a história das políticas públicas de reparação e os avanços conquistados ao longo do tempo, como a Lei de Cotas e o reconhecimento de terras quilombolas.
Neste roteiro você vai encontrar atividades como o “Mapa de Pistas”, que permite aos alunos visualizar e conectar diferentes manifestações de racismo, e a “Linha do Tempo Viva”, que explora marcos históricos e o impacto das políticas de igualdade racial no Brasil.
Os direitos dos povos indígenas são o foco deste material, que tem como objetivo sensibilizar os estudantes sobre a história, os direitos e as lutas dos povos indígenas no Brasil, promovendo o respeito à diversidade cultural e combatendo estereótipos. O conteúdo visa engajar os alunos em atividades práticas, que estimulem a pesquisa, a reflexão crítica e a criação de soluções concretas para a defesa e valorização dos direitos indígenas.
O roteiro segue a mesma estrutura dos anteriores, com seis fases de aplicação que vão da investigação à socialização dos conhecimentos. Na fase inicial, os alunos pesquisam sobre os direitos dos povos indígenas, os desafios enfrentados por essas comunidades e as políticas públicas que os afetam, como o direito à terra, saúde, educação e preservação cultural. Por meio de atividades como a criação de mapas interativos e jogos educativos, os estudantes exploram a diversidade cultural indígena e a importância da resistência. A partir disso, os alunos definem um problema específico e criam soluções inovadoras, como campanhas de conscientização e ações de valorização da cultura indígena.
O compartilhamento dos resultados envolve a apresentação das soluções para a comunidade escolar, com a utilização de diversas formas de comunicação, como exposições, rodas de conversa e mostras culturais. O objetivo final é que os estudantes não apenas aprendam sobre os direitos indígenas, mas também se tornem agentes de mudança, promovendo a inclusão e o respeito nas suas comunidades e na sociedade em geral.
O que seus alunos sabem sobre transparência e controle? Com este roteiro, você poderá sensibilizar a turma sobre a importância de fiscalizar a gestão pública e participar ativamente da democracia, utilizando ferramentas como a LAI (Lei de Acesso à Informação). Ao longo do processo, os estudantes investigam problemas reais, desenvolvem soluções criativas e aplicam conhecimentos para melhorar a transparência em suas comunidades.
Na primeira etapa sugerida no roteiro, os alunos são incentivados a investigar marcos históricos e legislações que garantem o direito à transparência no Brasil, como a LAI. Durante o projeto, eles também simulam o processo de fiscalização na escola e na comunidade, desenvolvendo ações concretas de controle social, como a elaboração de pedidos de informação e a criação de campanhas de conscientização. Para finalizar as atividades previstas neste roteiro, o momento de socialização dos resultados é ideal para apresentar e discutir os impactos desse acompanhamento na vida das pessoas.
Na hora de avaliar, as rubricas, portfólios e acompanhamentos contínuos servirão como apoio. Com este material, o objetivo não é apenas ensinar sobre fiscalização pública, mas também envolver os alunos em um processo de aprendizagem ativa e colaborativa, desenvolvendo habilidades essenciais como pensamento crítico, argumentação, comunicação e trabalho em equipe. O objetivo final é capacitar os estudantes a se tornarem cidadãos mais conscientes e engajados, capazes de contribuir para uma sociedade mais justa e transparente.
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