Desigualdade Educacional: Avanços existem, mas equiparação racial ainda levará gerações

Pesquisa do Cedra revela que, apesar do aumento no acesso ao ensino e da redução do analfabetismo, a disparidade entre negros e brancos permanece estrutural, com indicadores de 2023 de pessoas negras equiparando-se aos de brancos de uma década atrás.

📈 Avanços inegáveis, mas lentos Dados inéditos do Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra), baseados na Pnad Contínua, mostram que houve progressos na última década (2012-2023). A taxa de conclusão universitária entre mulheres negras quase dobrou (de 7,9% para 14,9%) e o analfabetismo entre jovens negros caiu drasticamente (de 2,4% para 0,9%). Isso reflete o impacto positivo de políticas afirmativas, como a Lei de Cotas, que foram decisivas para ampliar a presença negra no ensino superior.

⚠️ O abismo da desigualdade persiste Apesar da melhora absoluta, a distância relativa em relação aos brancos aumentou ou estagnou em diversos pontos. Por exemplo, enquanto mulheres negras chegaram a 14,9% de conclusão no ensino superior, mulheres brancas alcançaram 30,3%. O estudo aponta um dado alarmante: em muitos indicadores educacionais, a população negra em 2023 atinge apenas agora os patamares que a população branca já tinha em 2012. Isso evidencia a lentidão do processo de equiparação.

📉 Analfabetismo e Ensino Básico A disparidade começa cedo e se arrasta. Cerca de 33,2% das pessoas negras acima de 15 anos ainda não têm instrução ou possuem fundamental incompleto — um cenário que os brancos já superaram há anos. O analfabetismo entre mulheres negras (6,6%) continua sendo o dobro do registrado entre mulheres brancas (3,3%). Especialistas alertam também para a "produção do analfabetismo na idade adulta": pessoas que passam pela escola, mas saem sem saber ler e escrever plenamente.

🚀 O impacto de novas políticas Embora o ritmo atual seja insuficiente para eliminar as desigualdades nas próximas décadas, há uma expectativa de que programas recentes, como o "Pé de Meia" (incentivo financeiro para permanência no Ensino Médio), possam acelerar a mudança. Mesmo não sendo uma política exclusivamente racial, ela tende a beneficiar desproporcionalmente a juventude negra, historicamente mais afetada pela evasão escolar por motivos econômicos.

🔍 Conclusão A pesquisa reforça que não basta "abrir as portas" das escolas e universidades; é preciso garantir que a velocidade de inclusão seja acelerada para romper o ciclo histórico. Se o ritmo atual for mantido, a igualdade racial plena na educação não será vista por esta geração. O combate à desigualdade exige políticas que vão além do acesso, focando na permanência e na qualidade do ensino desde a base.

Leia a notícia original na íntegra em: https://www.cnnbrasil.com.br/educacao/desigualdade-educacional-entre-negros-persiste-apesar-de-avancos/

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