Edtech apoiada por Google Cloud cria solução para ajudar neurodivergentes em aprendizado

A reportagem apresenta a trajetória da Soff.ia, edtech baiana criada por um pai para apoiar a filha neurodivergente na preparação para o Enem, e que hoje se posiciona como plataforma “AI native” focada em inclusão e personalização para estudantes com diferentes perfis de atenção e processamento.

🧩 Um pai, uma filha e o Enem como ponto de partida

O projeto nasce de uma dor muito concreta: Maria Eduarda, 17 anos, com diagnóstico de TDAH, dislexia e disortografia, insegura para prestar o Enem e seguir o sonho de cursar Arquitetura e Urbanismo. O pai, Luiz Carvalho, analista de sistemas e especialista em educação, decide programar uma solução que respeite o modo singular como a filha aprende.

🧠 Neurodivergência como superpoder, não como defeito

A filosofia central da Soff.ia é radicalmente inclusiva: “é o mundo que tem que se adaptar ao indivíduo, e não o contrário”. Diferenças neurológicas, como TDAH, são tratadas como possíveis vantagens competitivas. A plataforma assume desde o início que cérebros funcionam de formas distintas — e que o desenho pedagógico precisa espelhar essa diversidade, em vez de tentar apagá-la.

🎮 Design pedagógico com vitórias rápidas e tutores de IA

A solução combina planos de estudo sob medida, métricas visuais e gamificação, com foco em “vitórias rápidas” para manter engajamento alto. Entre os recursos, estão tutores de IA que geram flashcards, resumos e mapas mentais em tempo real, ajustando explicações e ritmo às dificuldades específicas de cada estudante. A proposta é “conversar” com cérebros que funcionam diferente, sem julgamento, mas com estrutura.

☁️ De projeto caseiro a startup “AI native” apoiada pelo Google

Em apenas 15 dias, Luiz estrutura o modelo de negócios, busca investimento seed e recebe aporte de R$ 2 milhões da gestora Lighthouse, na Bahia. A Soff.ia é desenvolvida com apoio do Gemini como auxiliar de programação, o que a posiciona como “AI native”. Em seguida, entra no Google for Startups Cloud Program, com US$ 100 mil em créditos de nuvem por dois anos — combinação que dá fôlego para crescimento e testes em escala.

🏫 Escolas parceiras, evasão escolar e argumento de valor

Hoje, a plataforma está em piloto em três escolas de Salvador e Itabuna (uma pública e duas particulares), alcançando cerca de 200 alunos. A tese de valor para as instituições é direta: cada estudante que abandona a escola por se perceber com baixo desempenho pode representar perda de até R$ 90 mil em receita. Ao oferecer suporte específico para quem não se encaixa no modelo padrão, a Soff.ia se posiciona como ferramenta tanto pedagógica quanto de retenção.

🎓 Maria Eduarda como prova de conceito viva

O caso da própria Maria Eduarda é apresentado como validação da proposta: após usar a plataforma, ela é aprovada em três vestibulares e no Enem, com nota 850 na redação — justamente a parte que mais temia. Agora, já universitária de Arquitetura e Urbanismo, segue usando o sistema criado pelo pai como apoio contínuo à sua trajetória acadêmica.

✅ Conclusão

A história da Soff.ia exemplifica um movimento importante na interseção entre inclusão, tecnologia e avaliação de larga escala: soluções de IA pensadas desde a origem para dialogar com perfis neurodivergentes, e não apenas “adaptar” o que já existe. Ao transformar a experiência individual de uma estudante em produto educacional apoiado por investimento e infraestrutura de nuvem, a edtech mostra como relatos pessoais podem se converter em inovação com potencial sistêmico — ao mesmo tempo em que levanta uma agenda crítica para escolas e redes: revisar currículos, práticas e métricas a partir da perspectiva de quem sempre foi visto como exceção.

Leia a notícia original na íntegra em: https://startups.com.br/branded-content/edtech-apoiada-por-google-cloud-cria-solucao-para-ajudar-neurodivergentes-em-aprendizado/

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