O Summit Explore IA mostrou que, enquanto a tecnologia promete personalizar o ensino e aliviar a carga docente, ela também traz riscos de "intimidade sintética" e erosão cognitiva. Especialistas apontam que a IA está mudando a cultura escolar antes mesmo de se tornar política pública.
🤖 Mais do que ferramenta, um novo ambiente cultural A inteligência artificial já não é apenas um recurso tecnológico isolado; ela está remodelando o comportamento dos estudantes "de fora para dentro". Jovens estão construindo novos vínculos cognitivos e de confiança com algoritmos antes mesmo de a escola oficializar seu uso. Isso cria um descompasso: a IA avança via cultura digital, enquanto a educação pública ainda luta com infraestrutura básica.
🎓 O Professor: Menos Burocracia, Mais Mediação Um dos maiores consensos do evento foi o papel da IA na valorização do tempo do professor. Ao automatizar correções, relatórios e planejamento (burocracia), a tecnologia libera o docente para o que é insubstituível: a mediação humana, a escuta e o afeto. Como disse Bruno Elias, do Grupo Salta: a adesão acontece quando o professor percebe que a IA facilita sua vida dura, ajudando a montar questões ou identificar lacunas de aprendizagem.
💬 Avaliação como Diálogo e Personalização A "avaliação dialogada" surge como uma alternativa disruptiva às provas tradicionais: o aluno conversa com o sistema, revelando seu raciocínio em tempo real. Além disso, a personalização não deve servir apenas para acelerar os "5% dos melhores alunos", mas principalmente para diagnosticar e corrigir defasagens dos outros 95%, devolvendo a confiança e a autoestima de quem ficou para trás.
⚠️ O Perigo da "Intimidade Sintética" Um alerta preocupante veio da pesquisadora Carla Mayumi: muitos jovens já usam a IA como "amigo ou conselheiro", criando laços afetivos com máquinas. Esse conforto de uma interação sem atrito (a IA sempre diz o que queremos ouvir) pode atrofiar a capacidade humana de lidar com conflitos reais. Além disso, há o risco de "erosão cognitiva": se terceirizarmos todo o pensamento criativo para a máquina, podemos emburrecer coletivamente.
🚀 O Futuro: Soberania Cognitiva A conclusão dos especialistas é que a alfabetização em IA não pode ser apenas técnica (aprender a dar comandos). Ela precisa ser crítica. É urgente ensinar que sistemas generativos não têm sentimentos, não têm intenção e podem "alucinar". Preservar a soberania cognitiva significa usar a IA como alavanca, sem entregar a ela a autonomia de pensar e sentir.
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