Inclusão educacional no Brasil cai e desigualdade racial persiste


O Índice de Inclusão Educacional (IIE), criado pela Metas Sociais e atualizado em parceria com o Instituto Natura e Lupa Social, revela que só 15,5% dos jovens da geração nascida em 2006 concluíram o ensino médio na idade certa e com proficiência mínima em Português e Matemática. O dado representa queda em relação ao patamar pré-pandemia (18,9% em 2019) e sinaliza que o Brasil ainda não conseguiu recuperar a aprendizagem perdida durante o fechamento das escolas.


O IIE considera idade-série, aprendizado no Saeb e dados de abandono escolar da PNAD Contínua. A série histórica mostra que o país avançava até 2019, mas regrediu após 2020. Estados como Paraná, São Paulo e Espírito Santo lideram, mas concentram também as maiores desigualdades raciais: no Paraná, por exemplo, o IIE entre brancos chega a 30,7%, contra 15,5% entre negros. O Norte tem os piores índices, com destaque negativo para Amapá, Roraima, Amazonas e Maranhão (entre 5,6% e 6,9%).


Segundo especialistas, a principal causa da queda do índice é a baixa aprendizagem no ensino médio, que compromete o acesso ao ensino superior e ao mercado de trabalho qualificado. A recomposição da aprendizagem, especialmente para as gerações afetadas pela pandemia, é considerada urgente, mas ainda não efetivada nas políticas educacionais.


O IIE joga luz sobre a responsabilidade coletiva em garantir que adolescentes concluam a educação básica com qualidade. Além de mostrar a estagnação nos resultados, o índice reforça a urgência de políticas que enfrentem o racismo estrutural e as desigualdades regionais que atravessam o sistema educacional brasileiro.

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