Com EAD, impossível ser boa profissional; sem EAD, eu não teria diploma: os dois lados da educação a distância segundo alunos

Entenda por que o crescimento explosivo do EaD democratiza o acesso ao ensino superior ao mesmo tempo em que acende alertas sobre qualidade, infraestrutura e regulação — revelando dilemas que o novo marco regulatório do MEC precisará enfrentar.

🎓 O boom que mudou o perfil do universitário brasileiro Em 2023, 66 % dos ingressantes em graduação já optaram por cursos a distância, somando mais de 3,3 milhões de estudantes. A modalidade atrai, sobretudo, mulheres, trabalhadores adultos e alunos de baixa renda de cidades médias que antes ficavam fora do ensino superior. Ao mesmo tempo, o MEC suspendeu novos credenciamentos em 2025 para revisar regras, depois de detectar polos sem laboratórios e professores sobrecarregados.

🗣️ Vozes que ilustram o dilema

• “Impossível ser boa profissional” — aluna de Fisioterapia relata que faz atividades práticas apenas por videoaula e teme chegar ao estágio sem segurança clínica.
• “Sem EaD eu não teria diploma” — mãe solo de 32 anos celebra a flexibilidade de estudar à noite, sem precisar abandonar o emprego ou pagar mensalidade presencial.

📉 Principais fragilidades apontadas • Aulas práticas virtuais em cursos que exigem habilidades manuais. • Tutores sobrecarregados: um para cada 300 alunos, em média. • Provas 100 % on-line, com riscos de fraude e baixa confiabilidade avaliativa.

💡 O que funciona bem segundo os estudantes • Mensalidades até 70 % mais baratas que no presencial. • Possibilidade de assistir aulas gravadas fora do horário comercial. • Plataformas adaptativas que indicam trilhas de aprendizagem personalizadas.

⚖️ Desafios regulatórios em curso O MEC prepara novo marco para definir carga horária mínima presencial por área, exigir laboratórios físicos homologados para saúde e engenharias e limitar abertura de polos a instituições com conceito institucional alto. Grupos educacionais alegam que custos podem subir e inviabilizar a mensalidade popular, enquanto conselhos profissionais defendem critérios rígidos para proteger empregabilidade dos egressos.

🚀 O que acompanhar nos próximos meses Vale observar como o MEC publicará a portaria final do EaD, se incluirá meta de tutoria máxima de 50 alunos por professor, como as instituições readequarão currículos híbridos exigindo parte das práticas em clínicas-escola e se fundos de investimento continuarão a apostar em redes de EaD após o freio regulatório.

🔍 Conclusão A Educação a Distância tornou-se porta de entrada para milhões de brasileiros, mas seu sucesso de massa expõe lacunas de qualidade que podem comprometer a credibilidade dos diplomas. O desafio agora é equilibrar democratização e rigor acadêmico, para que histórias de superação não coexistam com profissionais inseguros no mercado de trabalho.