EAD ou presencial: qual modalidade tem alunos mais velhos e mais ricos? Infográfico mostra diferença de perfis

Veja como o Censo da Educação Superior 2023 confirma que os ingressantes do EaD são, em média, mais velhos e com renda familiar menor, enquanto o presencial atrai estudantes mais jovens e de maior poder aquisitivo — revelando desafios de equidade que a nova regulação do MEC precisará endereçar.

📊 O que dizem os números do Censo 2023 O levantamento do Inep indica que a idade média do calouro EaD chegou a 31 anos, ante 23 anos no presencial. Já a renda familiar mensal dos ingressantes do presencial supera em 42 % a dos estudantes a distância. Quase 60 % dos novos alunos EaD declaram renda de até três salários mínimos; no presencial, esse índice cai para 32 %. Entre os 20 % de maior renda, dois terços cursam faculdades presenciais.

🏠 Por que o EaD atrai estudantes mais velhos e com renda menor

• Flexibilidade de horários permite conciliar estudo, trabalho e cuidado com filhos.
• Mensalidades 40 % a 70 % mais baratas que no presencial.
• Interiorização de polos leva o curso a cidades onde não há campus tradicional.

💰 Por que o presencial concentra alunos de maior poder aquisitivo

• Cursos de alto custo (Medicina, Odonto, Engenharias) permanecem majoritariamente presenciais.
• Famílias com renda mais alta valorizam networking, infraestrutura e experiências de campus.
• Bolsas institucionais do setor privado privilegiam presença física, reduzindo adesão de perfis de baixa renda.

⚖️ Implicações para políticas públicas O contraste de perfis amplia a urgência de calibrar o Fies e o Prouni para não excluir alunos EaD de baixa renda, revisar indicadores de qualidade que considerem idade e contexto socioeconômico e garantir que a expansão da modalidade não aprofunde desigualdades de aprendizagem.

🚀 O que acompanhar Nos próximos meses será essencial observar como a Portaria 506 do EaD definirá limites de presencialidade capazes de manter a atratividade financeira sem comprometer práticas laboratoriais; se novos editais do Prouni abrirão vagas específicas para EaD; e como faculdades presenciais ajustarão mensalidades diante da pressão por inclusão social e da competição com cursos online de baixo custo.

🔍 Conclusão O infográfico do G1 escancara dois universos distintos: o EaD como porta de acesso tardio e econômico ao diploma e o presencial como caminho preferencial dos mais jovens e endinheirados. Com o ensino superior tornando-se majoritariamente a distância, o desafio é impedir que a democratização quantitativa seja acompanhada de uma segmentação de qualidade baseada em renda.