🔍 Uma recente pesquisa da Vanderbilt University revela que, nos Estados Unidos, o público não está mais tão focado em que as universidades digam o que pensar, mas espera que elas formem cidadãos capazes de pensar por conta própria. Ao mesmo tempo, há uma constante tensão: muitos acreditam que o ensino superior é importante — para a carreira, para a sociedade — mas questionam se as instituições estão cumprindo plenamente essa missão.
🇧🇷 Para o Brasil, esse tipo de expectativa aparece com igual força — ainda que com contornos próprios. Nossas instituições de ensino superior (IES) já fazem grandes avanços em acesso, mas essa pesquisa sinaliza que não basta apenas ampliar número de diplomas: é preciso que esses diplomas gerem agentes críticos, reflexivos e adaptativos. Ou seja: uma graduação que prepare para um mundo em mudança — e não somente para tarefas repetitivas. Uma IES que se preocupe não só em “dar conteúdo”, mas em “desenvolver autonomia”.
✏️ Outro ponto que a pesquisa destaca é o papel da confiança pública. Mesmo sendo visto como relevante, o ensino superior desperta dúvidas — nos EUA, por exemplo, aparece como caro, politizado e às vezes desconectado. No Brasil, embora o cenário seja diferente, encontramos paralelos: questionamentos sobre qualificação real dos cursos, empregabilidade dos egressos, relevância social, e como as IES dialogam com a realidade das comunidades. Por isso, adotar práticas mais transparentes, orientadas à formação do pensamento crítico, à interdisciplinaridade, à relevância social, pode aumentar essa confiança e legitimidade pública.
📜 Finalmente, a mensagem central é que as IES precisam olhar para além do currículo tradicional e repensar seus metodologias, ambientes de aprendizagem e vínculos com a sociedade. Isso inclui: promover debate, diversidade de pensamento, projetos que vão além da sala de aula, capacitar docentes para mediar e gerar reflexividade, valorizar saberes regionais ou comunitários, integrar tecnologia, e sobretudo permitir que o aluno “aprender a aprender” mais do que “aprender o que me foi dado”. Quando as instituições de fato abraçam esse desafio, elas estarão mais alinhadas com as demandas contemporâneas — não apenas de mercado, mas de cidadania — e mais preparadas para formar profissionais que façam diferença.
Leia a notícia original na íntegra em: https://news.vanderbilt.edu/2025/11/19/vanderbilt-university-unity-poll-americans-say-college-should-teach-how-to-think-not-what-to-think/