Queda na nova matrícula internacional expõe efeito dos vistos

O levantamento da NAFSA mostra que a diminuição da presença internacional nas universidades dos EUA, especialmente em novos alunos de pós-graduação, não é ruído estatístico: está diretamente associada ao endurecimento das políticas de vistos e imigração.

📉 A força da queda está nos ingressantes

Em média, as instituições dos EUA registraram queda de 6% nas novas matrículas internacionais em cursos de graduação e de 19% nos mestrados neste semestre. Entre cerca de 200 faculdades pesquisadas, quase metade viu recuo na graduação e quase dois terços na pós.

🛂 Vistos como principal gargalo

Para 85% das instituições norte-americanas, o principal obstáculo ao recrutamento internacional são as políticas governamentais restritivas – bem acima dos 58% registrados em 2024. Custos de mensalidade e de vida aparecem apenas em segundo lugar, citados por 47% dos respondentes.

🌎 Canadá em queda, Europa e Ásia em alta

O cenário problemático não é exclusivo dos EUA: o Canadá registrou recuos ainda maiores nas novas matrículas internacionais de graduação e mestrado (36% e 35%, respectivamente), também atribuídos a políticas federais mais duras. Em contraste, instituições europeias e asiáticas relatam crescimento.

🏫 Como as instituições estão reagindo

Com o impacto direto nas finanças, 36% das faculdades planejam buscar novos mercados de origem de estudantes, 28% falam em cortes orçamentários e 26% pretendem expandir a oferta on-line para compensar a perda de presença física no campus.

📊 Um retrato de tendência, reforçado por outros dados

A pesquisa da NAFSA, com 461 instituições em 63 países, se soma ao relatório Open Doors, que aponta queda de 17% na nova matrícula internacional total e de 12% na pós-graduação neste outono. Juntos, os estudos sugerem uma inflexão mais estrutural do fluxo de estudantes.

✅ Conclusão

A queda na nova matrícula internacional, sobretudo em programas de mestrado, indica que decisões de política de vistos e imigração estão redesenhando o mapa da mobilidade estudantil. Para as universidades norte-americanas e canadenses, o desafio imediato é equilibrar sustentabilidade financeira, diversificação de mercados e manutenção de atratividade acadêmica em um contexto de concorrência crescente de destinos europeus e asiáticos.